A Igreja de Jesus Cristo é uma comunidade de louvor e de acção de graças, de vida e de partilha. A comunidade dos que estão reconciliados com Deus pelo seu Senhor Jesus Cristo. Toda a pessoa baptizada e confirmada participa do sacerdócio de Jesus Cristo. Por isso falamos de “sacerdócio comum” dos fiéis. Isto significa que cada um, segundo a sua própria vocação, participa na missão de Jesus Cristo. Cada cristão é testemunha de Jesus Cristo.
«Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus, para proclamar as obras maravilhosas d’Aquele que vos chamou das trevas para a sua luz admirável.» (1Pe 2,9)
A Igreja, povo de Deus no mundo, como comunidade de fiéis, tem necessidade de mensageiros, pessoas chamadas por vocação, que em nome de Cristo e com o seu amor, mantenham a unidade e velem pela fidelidade comum à fé.
O ministério eclesial sacramental tem três níveis: os bispos, os presbíteros e os diáconos.
Todos participam no sacerdócio de Jesus Cristo: o seu ministério funda-se n’Ele; são representantes da Igreja.
São escolhidos dentre a comunidade e destinados a servi-la. Por isso, são ordenados para o seu ministério.
O bispo dirige uma diocese. Na diocese, o bispo é responsável pela proclamação do Evangelho, do culto divino e da solicitude para com os pobres. Como sucessores dos apóstolos, os bispos decidem a quem vão confiar um ministério na Igreja; ordenam diáconos e presbíteros. O primeiro dentre eles é o bispo de Roma, o Papa, o sucessor de Pedro, ao qual o Ressuscitado confiou o seu rebanho (Jo 21,15-17).
O presbítero (chamado vulgarmente sacerdote ou padre) é ordenado pelo bispo. Investido do pleno poder de Jesus, guarda e dirige a comunidade cristã que lhe é confiada. Proclama e explica o Evangelho, preside à celebração da Eucaristia e administra os sacramentos. No rito da ordenação, o bispo unge-o e impõe-lhe as mãos. O presbítero promete, solenemente, obediência ao seu bispo.
O diácono, auxiliar do bispo e do presbítero, é também ordenado pelo bispo e destinado ao serviço da diocese e da paróquia.
Estes três ministérios fundamentais da Igreja têm uma longa história que remonta à época dos apóstolos. Jesus escolheu doze homens dentre todos os seus discípulos e destinou-os a serem testemunhas. Ele próprio os envia a proclamar o Evangelho, a realizar sinais que tornem visíveis a proximidade do Reino de Deus, a baptizar e a reunir o novo povo de Deus dentre todas as nações da terra.
Depois do Pentecostes, inspirados pelo Espírito Santo, ensinam primeiro em Jerusalém, depois nas proximidades e, por fim, em todos os países até aos confins da terra. Baptizam todos os que abraçam a fé, impondo-lhes as mãos a fim de receberem o Espírito Santo e fundam comunidades. Constituem “Anciãos” à frente dessas comunidades, transmitindo-lhes o seu ministério pela oração e imposição das mãos. Deste modo estes homens ficam dedicados ao serviço de Deus.
Como surgissem conflitos na comunidade de Jerusalém por causa de um grupo, as viúvas de judeo-cristãos de língua grega, que se sentiam pouco atendidas, os apóstolos decidiram instituir auxiliares para esse serviço. S. Lucas conta, no capítulo VI dos Actos dos Apóstolos, como os apóstolos escolheram sete diáconos aos quais impuseram as mãos.
Os homens a quem é confiado um ministério na Igreja é-lhes exigido a fé em Deus, a ligação a Jesus Cristo e o amor pelos homens, em particular pelos pobres. Só aquele que faz sua a palavra de Jesus: «Aquele que quiser ser grande entre vós, faça-se vosso servidor, e aquele que quiser ser o primeiro entre vós, que seja escravo de todos» (Mc 10,43-44), só esse pode converter-se no intermediário que torna sensível, de modo humano, o amor de Deus.